SAUDADES

03-01-2011 12:25

 

No jardim florido, sob uma linda roseira, o meu menino deitou-se e fez sua passagem para o outro lado da Vida... O meu filho, o meu anjo, tão meu, tão amado, com seus poucos 16 anos e 10 meses... Deixou-me... Uma bala vinda de um “amigo” o tirou de nosso conviveo.

Não podia acreditar. Tudo tão de repente. Sem lógica. Sem sentido... A dor se misturava à angústia, ao desespero... Um dia antes ele sorria... Uns poucos instantes depois, morria... Eu não podia entender... Não queria!

Não! Não era verdade!!! Eu não iria viver sem ele!!!

Horas se passaram e eu percebi que tinha que devolvê-lo ao Criador. Não estaria mais ao meu lado fisicamente...

Três anos e 01 mes se passou e eu pude mais uma vez viajar com ele por lugares lindos, pessoas desconhecidas, muitas flores, pássaros, tudo muito perfeito e real. Mas eu acordei... Lá estava eu, novamente, com minha vida, com a realidade fria, sem o meu filho.

Entrar no quarto, olhar suas, roupas... Achar até então ignorados bilhetes em gavetas. Lembrei-me de sua felicidade, de sua alegria de viver, de sua maneira de me chamar, meu pequeno anjo dizia quando eu chegava:

Oi! Minha véia – Oi! Mãe, tudo bem?

Mãe, você é tão bonitinha, Mãe faz aquela lazanha, aquele bife a permegiana, minha torta de bolacha...

Te sentirei aqui dentro... Você era o sol  que me aquecia, você era a Lua que me iluminava, a Estrela que me guiava, a minha verdadeira Vida Eterna.

Chorei muito, mas percebi que ele continuava em mim, no meu Amor. Não saíra jamais de minha vida, dos meus dias...

Entendi que a morte não é o fim. Não é o "nunca mais". É uma separação por um tempo necessário aos olhos de Deus. O Pai nos criou, conhece-nos à perfeição e sabe de nossas necessidades. Jamais nos deixaria passar por tanta dor sem uma razão, ainda que essa razão esteja guardada em Seus Mistérios...

Reaprendi a viver com o meu filho, a abraçá-lo com o coração, a conversar no silêncio do meu Amor e a me lembrar dele quantas vezes quisesse, relembrando momentos, nossa história. Aprendi que ele continua existindo em mim, em Deus. Tenho certeza do nosso reencontro, quando os braços se farão abraços... O silêncio se fará palavras, como num grito liberto da garganta.

O Everson continua existindo e sempre existirá. Deus nos criou para a Eternidade e se dores existem, fazem parte de nossa evolução para a verdadeira Vida Eterna.

Não perdi meu filho. Houve uma separação momentânea, uma viagem que só ele pôde fazer. Numa estação lá adiante no trem da vida, nos encontraremos.

Everson Peixoto nasceu em 06 de fevereiro de 1991 e partiu em 06 de dezembro de 2007.

Eu te amo muito meu filho! Para sempre. Por toda a minha vida, eu sei que vou te amar...

Estou em prantos...
Que Deus abençoe a todos...
Que tenhamos a Paz!